Casa Zuzu

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Casa Zuzu Angel

Sobre a Casa Zuzu Angel


Instituto Zuzu Angel, nossa primeira ONG de Moda, propôs o debate, reacendeu a brasilidade e inspirou o sentido da memória

A proposta de um espaço lembrando Zuzu Angel e seu filho, Stuart, surgiu em 1976 com sua morte, quando sua filha, Hildegard Angel, passou a coletar peças de sua moda..

Em 1993, com apoio do prefeito Cesar Maia, foi fundada a 1ª ONG de moda do país: o Instituto Zuzu Angel de Moda da Cidade do Rio de Janeiro, tendo como sede provisória o Palácio da Cidade, visando difundir nossa moda, seus profissionais e a memória dos Angel.

O Instituto Zuzu Angel - IZA nasceu sob a égide de Conselho Consultivo Internacional presidido pela americana enciclopedista da moda Eleanor Lambert, tendo como membros os designers Valentino, Givenchy, Oscar de la Renta. Seu advento deu grande impulso à moda no país, por sua credibilidade junto ao setor.

Realizou o I Congresso de Moda no Brasil, fundou a Academia Brasileira da Moda, criou e coordenou por 13 anos o I Curso Superior de Moda do Estado do Rio de Janeiro, na Universidade Veiga de Almeida, e, após, na Universidade Estácio de Sá; lançou a Iª Pós-Graduação em Moda no país, sempre difundindo o conceito de brasilidade proposto por Zuzu.

Estabeleceu convênios com bolsas de estudo, na França, na Esmod, em Paris, e na Université de Lyon; em Portugal, na Universidade de Matosinhos. Estágios no Atelier Tirelli de Roma.

Casa Zuzu Angel de Memória da Moda do Brasil

A Casa Zuzu Angel sintetiza a identidade do Rio de Janeiro. A começar pela sua localização, no início da subida para o Alto da Boa Vista, onde em tempos remotos havia a curva dos bondes e, em tempos ainda mais remotos, a muda de burros da Tijuca.

Na residência de estilo Eclético, o Manuelino convive harmoniosamente com o Colonial, o Neoclássico, o Art Déco e o Art Nouveau. Artífices refinados produziram seus vitrais, estuques, ladrilhos hidráulicos, cerâmicas, parquets, ferragens, fontes, bancos azulejados, painéis, jardins.

Temos assim uma beleza rara que se revela para a Cidade. Espaço que serve de cenário e conteúdo ao projeto “Memória da Moda do Brasil – Acervo, Restauração e Conservação de Têxteis”, missão arduamente defendida pelo Instituto Zuzu Angel de Moda da Cidade do Rio de Janeiro desde seu advento, em 1993, quando deu início a diversas atividades visando manter viva a memória da moda do Brasil e despertar a consciência de sua importância como expressão da nossa identidade.

Foi em meados dos anos 1960 que Zuzu iniciou sua cruzada por uma moda com identidade brasileira, o que levou ao reconhecimento de seu trabalho no exterior numa época em que poucos canais possibilitavam a internacionalização de valores brasileiros.

Seu histórico acervo de moda está reunido na Casa Zuzu Angel, a iconografia e toda a documentação que envolve sua obra e sua luta de mãe obstinada na busca do filho, Stuart Angel Jones, desaparecido político.

Outras coleções de moda formam o Acervo da Casa. Entre elas, as importantes Coleção Carmen Therezinha Solbiati Mayrink Veiga, de alta costura, Coleção Casa Canadá, de Mena Fiala, Coleção Isabela Capeto, com 200 protótipos, Coleção Perla Mattison, Coleção Bonita, protótipos de moda infantil, Coleção Glorinha Paranaguá, de acessórios, e inúmeras outras de mesma expressão.

A forte liderança cultural, empresarial e política do Rio de Janeiro é retratada através da moda na Coleção Mosaico da Vida Brasileira, séculos 20 e 21. Ela reúne roupas, acessórios, objetos de personagens de vários setores da vida brasileira - da Elite dos salões aos Uniformes dos Ofícios, dos Líderes Sindicais, aos Intelectuais, Políticos, Personalidades da Cultura, Celebridades em geral.

A Casa também se dedica à Restauração de Têxteis e sua Conservação, necessidade emergencial para um Brasil de muitas carências patrimoniais. São incontáveis coleções de vestuário, tecidos, tapeçarias, bandeiras, uniformes, que se perdem devido à falta de um conhecimento técnico de como conservá-las. Formar técnicos especializados nesse saber, que atendam às várias instituições dele necessitadas, confirmará a tradição carioca de vanguarda, pioneirismo e zelo nas artes nacionais.

Sejam bem-vindos à Casa Zuzu Angel!
Hildegard Angel

Missão e valores

Marca: Divulgar e consolidar junto à opinião pública a memória de vida, obra e luta de Zuzu Angel, bem como a dimensão heroica do sacrifício de seu filho, Stuart Angel Jones. Difundir o conceito de moda com identidade brasileira. Valorizar a Moda na ampla abrangência de sua importância para o país.

Visão: A moda brasileira deve se basear na liberdade de criação, na cidadania dos brasileiros, na força produtiva feminina e como expressão comportamental, antropológico e social de um povo, em todos os seus extratos e segmentos.

Valores do IZA: Compromisso de enaltecer e manter sempre desperta, viva e valorizada a capacidade criativa brasileira na moda. Preservar a memória e a obra dos artistas nacionais do setor e estimular a liberdade de criação, ação e escolhas, na arte da moda e na cidadania dos brasileiros.

Biografia

Nossos estilistas precisam aprender que a moda brasileira só poderá ser internacional se ela for legítima

Foi a primeiro a propor o conceito da moda com identidade brasileira.

Através deste trabalho muito pessoal, iniciou o caminho para a América. A americana enciclopedista da moda Eleanor Lambert a definiu: “Ela foi o Christian Lacroix, mas antes do Christian Lacroix”.

Eugenia Sheppard, Bernardine Morris, June Weir e outras importantes jornalistas nos EUA, na década de 70, teceram largos elogios a sua obra.

Zuzu Angel criou moda para divas de Hollywood Joan Crawford e Kim Novak, e foi a primeira a exportar a moda brasileira para os EUA. Em 1970, sua coleção Fashion and Freedom ocupou todas as vitrinas da 5ª Ave. da loja de departamentos Bergdorf Goodman.

Entre suas clientes, estava a primeira-dama do Brasil, antes de a ditadura mostrar sua face mais cruel. Em 1971, após o assassinato pela Aeronáutica, de seu filho, Stuart, cujo pai, Norman Angel Jones, era americano, ela apresentou nos EUA o “primeiro desfile de moda de protesto político", conforme a imprensa mundial, denunciando as torturas no Brasil.

Hoje, Zuzu empresta seu nome a escolas e ruas em diversas cidades do Brasil, e ao túnel onde foi morta no Rio de Janeiro, em 1976, numa emboscada, por agentes do governo, crime que o Estado brasileiro reconheceu oficialmente décadas após.